sexta-feira, 25 de março de 2016

Ainda há quem não coma carne hoje

Hoje é Sexta-feira Santa, um feriado religioso que remonta à crucificação de Jesus Cristo e devido a isso, hoje não como carne. Não vou à missa há algum tempo mas tive uma época da minha vida que ia, todos os domingos, muitos e muitos anos. Fui educada na Igreja, fiz a catequese toda, fui acólita e ainda mantenho muito bons amigos dessa altura. Nunca concordei com tudo o que ouvia mas fazia-me pensar em muita coisa e é bom na adolescência (e não só) convivermos com uma comunidade que nos obrigue a pensar e a tirar as nossas próprias conclusões e a criar os nossos próprios ideais. 

Aconteceu, no entanto, um afastamento.
Houve uma morte inesperada na familia, de uma criança e isso, para além de me abalar enquanto pessoa, abalou-me enquanto cristã e abalou muito as minhas crenças passando muitos anos a tentar encontrar uma justificação. Ainda permaneço assim, mais afastada mas mais justificada e ainda com a minha fé (e cada um tem a sua forma de ter fé) em Deus. Por isso hoje não como carne, porque foi assim que me ensinaram. Sei (porque é nisso que eu acredito) que não é por comer carne que não vou ter ajuda divina nem paz espiritual, mas é uma opção - e é algo que me obrigará a inventar algo para eu cozinhar, já que eu para cozinhar peixe... Ta bem ta!

7 comentários:

  1. Na minha família também não se come carne hoje. Nem nas restantes Sextas-feira da Quaresma. Às 3 da tarde fazemos sempre um minuto de silêncio e hoje ninguém se veste com vermelho :)

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  2. Esse titulo aplica-se a mim! A minha irmã começou agora, com 13 anos a catequese, porque assim entendeu. Os meus pais não são religiosos e quando era mais pequena e quis ir não me deixaram. Por isso nunca tive contacto com a igreja, se fui à missa mais que três vezes é muito, por isso estes dias não nos dizem nada!

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  3. Eu também não como carne! Identifiquei-me muito contigo! Contudo, continuo a ir à missa todos os domingos :)

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  4. Metade da minha família é católica e metade é protestante e, apesar de sempre ter tido uma educação católica (com direito a colégio de freiras e tudo), identifico-me muito mais com a igreja protestante...

    Quanto ao peixe, tive um professor de educação moral (no já referido colégio de freiras) que nos explicou que essa tradição vinha de antigamente se pensar que os peixes se reproduziam assexuadamente e, portanto, eram "puros" e que, à vista dos conhecimentos actuais, era uma tradição que já não fazia sentido nenhum. No entanto, eu adoro peixe (mesmo!), portanto todas as razões me servem para o fazer =P

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  5. Eu não sigo esse tipo de tradições. Fui educada na religião católica mas, desde cedo, comecei a questionar algumas coisas. O que não quer dizer que não tenha a minha fé, porque tenho. Acredito em algo superior, numa energia superior de amor infinito, independentemente de lhe chamarem Deus ou Universo.

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  6. Eu também tenho esse hábito. Há sempre esses acontecimentos que nos abalam e que nos levam a afastar. Mas eu acho que a fé, em Deus ou não, é algo indispensável para ultrapassar esses momentos
    beijinhos
    http://direitoporlinhastortas-id.blogspot.pt/

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  7. Assumo-me como ateia. E, por isso, nada disso faz sentido para mim. Não acredito em deus e menos ainda na igreja. Como carne ou o que calhar. A única religião com que tive contacto (na adolescência, por acaso) foi a evangelista, porque a minha melhor amiga na altura era praticante, bem como os pais, e eu tive um contacto até bastante próximo com essa religião. Mas não foi suficiente para me convencer. Respeito, mas não me diz nada :) Boa Páscoa!

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