quinta-feira, 28 de abril de 2016

Lemonade by A Gaja


Ainda só ouvi falar maravilhas sobre a Limonada da Beyoncé - quase tudo gajas a aplaudir o movimento girlpower. Apesar de fazer parte das pessoas que aplaude e bem de pé tudo o que evoca a força da mulher, fiquei muito pensativa quando li este texto que vou partilhar convosco, d'A Gaja (não sei se já conhecem). Ora leiam com atenção:

"AGUENTA E NÃO CHORA, BEYONCÉ

Bey lançou um novo album, Lemonade, e o mundo ficou histérico. Metade desse álbum é a zurzir no marido que, alegadamente, lhe terá posto vários pares de cornos, entre os quais com uma tal de "Becky" que será uma estilista chamada Rachel Roy. Beyoncé insulta Jay Z, queixa-se do marido, das amantes do marido, e "agarrem-me senão eu vou-me a elas". Tacos de basebol para ali, ameaças para acolá, tudo misturado com aquele pseudofeminismo de pacotilha, "eu e as minhas badass bitches contra o mundo". Depois chega-se ao fim e, afinal, a Beyoncé perdoa o marido. Tanta converseta, tanto girl power e ameaças de porrada e, pronto, fica tudo em bem porque afinal, apesar do peso na cabeça, eles amam-se muito.

Tou-me a cagar para a Beyoncé. Nem sequer é uma artista que aprecie particularmente. O que me encanita é a pretensão a que a rapariga se presta, ao anunciar-se feminista. Podia limitar-se a cantar e a dançar (coisas na qual é efetivamente boa)...mas não. E é aí que borra a pintura. Neste novo álbum, a mensagem que Bey passa aos milhões de mulheres que a idolatram é: "hey girl, se o teu macho te bota os cornos, a culpa não é dele! A culpa é das quengas que ele anda a montar! Por isso bota a ameaçar as quengas! Mas, no fim, perdoas o teu macho porque, no fundo, tu queres é ser uma sopeira fada do lar, bem comportada e mansinha". Já para não falar da postura utilitária que a Bey tem com as suas girls. Quando está chateada com o boy, é my bitches para aqui, girl power para acolá. Quando o gajo se farta de andar a cheirar a pussy alheia para voltar à xaroca-mãe, que se fodam as amigas, eu quero é ficar em casa a fazer um panelão de feijoada para o meu hóme.

Perdoar uma, ou várias, traições é uma opção como outra qualquer. Mas depois do perdão, é preciso viver com isso. E sobretudo é desonesto andar a atirar à cara da outra pessoa que somos muito bonzinhos e espectaculares porque, apesar dos chifres, perdoámos.
Isso sim, é ser uma lady. O resto é só fogo de vista."


Meninas, qual a vossa opinião?

3 comentários:

  1. Muito bom! Tal e qual o que penso... conversa de feminista e girl power para aqui e para acolá e vai-se a ver... não há power nenhum.

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  2. Se, por um lado, concordo com cada palavra que foi escrita nesse texto, por outro, acredito que seja difícil desligar a 100% da pessoa que amamos e com quem já constituímos família. Sinceramente, o movimento girl power parece ter-se tornado numa moda e chega a ser demasiado forçado. Porque, no final, é precisamente isso que se vê: somos todas muito capazes e independentes mas raramente vivemos sem o homem que nos faz suspirar...

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  3. Já ouvi o álbum mas ainda não vi o filme!! Sinceramente nem sequer me ocorreu esta 'versão' da história!

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