Para quem não sabe, a meio de outubro mudei de emprego. A mesma empresa, mas num lugar diferente, numa função diferente, num ambiente diferente. A minha vida pessoal também mudou. Portanto nos últimos meses, como referi no post anterior, esqueçam lá as motas, eu agora só ando de montanha-russa!
E finalmente tive direito a uns diazinhos de férias que antecedem o meu aniversário - que por sua vez é já amanhã. My God, não sei como o tempo passou assim mas amanhã chego aos 30. E chego aos 30 miseravelmente no limbo. De tanto cansaço físico e de tanto cansaço emocional acumulado dos últimos meses. Mas como a vida não é só feita dos últimos meses, decidi dar uma chance a mim própria (porque às vezes não posso fazer só pelos outros) e avaliar os últimos anos da minha vida, de forma a encontrar algo que possa estar grata.
E não é que nessa análise encontrei montes de coisas? Como seria de esperar, porque se em 30 anos não me tivessem acontecido coisas boas, muito miserável seria eu. E isso é coisa que não sou. Eu sou genuinamente uma rapariga que gosta de andar feliz e que por sua vez encontra felicidade em pequenas coisas. Sou uma rapariga que gosta de rir muito e que ri por tudo e por nada e a minha tarefa não está concluída se as pessoas que estão à minha volta não estão a rir igualmente.
Sou muito filha do meu signo e como tal, da mesma forma como vivo intensamente o lado bom da vida, também vivo com a mesma intensidade o lado menos bom. E não há volta a dar a este assunto; com o tempo melhorei e hei-de continuar a melhorar e a relativizar cada vez mais mas sei que é algo muito característico em mim. E já digo ok. Eu aceito. Vou chegar aos 30 a dizer mais vezes "ok, eu aceito-me assim" do que "não, eu quero mudar!".

Nestes 29 anos (deixem-me dizê-lo ainda assim que hoje ainda estou na casa dos 20!) vivi muitas aventuras, fiz muita coisa e quase que não me arrependo de nada. Quase. Mas não fiz nada daquelas coisas que se vêm nas listas da moda "O que fazer antes dos 30". Népia, nunca viajei sozinha. Nem nada dessas coisas. Eu vivi a minha vida sem uma lista condutora, fazendo aquilo que queria, se assim o conseguisse fazer, se assim me fosse permitido concretizar. Mas será que fiz tudo o que era suposto realizar antes dos 30? Não faço a mais pequena ideia. Porque não sei o que é suposto fazer antes dos 30... sei que vimos ao mundo para viver, da melhor forma que conseguirmos. E é isso que eu tenho estado a fazer e é isso que eu vou continuar a fazer por mais 30, 40 anos ou o que for.
Agradeço a todos os santinhos a educação que me foi dada (respeitar idades, cores, géneros, hierarquias. honrar a nossa palavra e o nosso compromisso. dar o peito às balas. sentido de cidadania. companheirismo e espirito de equipa [somos três irmãs, ok?]. espirito de sacrifico. e por último mas não menos importante. educação e amor ao próximo.). Sem ela, não tinha conseguido construir a pessoa que sou hoje nem teria bases para continuar a melhorar amanhã. Agradeço às pessoas que estão na minha vida, pelo afeto e amizade para comigo. E agradeço o facto de estar viva e acima de tudo, de querer viver.